Olhava para tela fixamente e não sabia o que escrever. Queria ali, naquele espaço luminoso, pintar as cores que revestiam sua alma no momento. Tons pastel. Mas ela não sabia como escrever, pintar... ela só sabia sentir. Sentir era tua maldição. Por ser contraditória e intensa, fazia com que os sentimentos lhe escapassem pela boca. Só ela ouvia. Então fumava desesperadamente enquanto falava consigo mesma, afinal, só ela era capaz de compreender a vastidão das coisas que lhe tomavam o coração. Aquilo que lhe tomava o coração e só ela sabia sentir, jamais poderia ser compartilhado... mas precisava sair de dentro. Precisava tomar cor e forma numa existência externa. Não sabia como. Lembrou de uma conversa que tivera no dia anterior sobre como os bebês se experessam e... chorou. Cada lágrima que vertia trazia em si o peso dos sentimentos sem palavras. Assim, escreveu seu poema em matéria liquefeita, temperada a sal.
Ela sabe sentir, ela sabe escrever, ela sabe ser..... e ser importante para o outro, como poucas pessoas na vida.
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