domingo, 5 de dezembro de 2010

Pitadas de Caio F. - Parte II

"Venha quando quiser, ligue, chame, escreva - tem espaço na casa e no coração, só não se perca de mim."

"Tudo é ilusão, tudo é só estrada que corre e corre, e todas as estradas vão para o mesmo lugar. Que as paisagens dessa estrada sejam belas, então."

"Que a maneira mais absoluta de aceitar alguém ou alguma coisa seria justamente não falar, não perguntar - mas ver. Em silêncio."

"Às vezes a gente vai-se fechando dentro da própria cabeça, e tudo começa a parecer muito mais difícil do que realmente é. Eu acho que a gente não deve perder a curiosidade pelas coisas: há muitos lugares para serem vistos, muitas pessoas para serem conhecidas."

"É assim o nosso ciclo. eu te preciso. perto, longe, tanto faz. preciso saber que tu está bem, se respira, se comeu ou tomou banho - com o calor que está fazendo neste verão, tome pelo menos uns três ao dia, e pense em mim, estou com calor também."

"Para que não me firam, minto (...) E tomo a providência cuidadosa de eu mesmo me ferir, sem prestar atenção se estou ferindo o outro também."

"Volta que eu cuido de ti e dou um jeito qualquer de tu ficares bom e então nós podemos ir embora(...) qualquer outro lugar onde tu possas ficar completamente bom do meu lado e para sempre, volta que eu te cuido e não te deixo morrer nunca."

"Foi muito lindo tipo ver pela primeira vez e pensar, sem palavras:´eu quero`."

"Que coisa maluca a distância, a memória. Como um filtro seletivo, vão ficando apenas as coisas e as pessoas que realmente contam."

"Dói tanto que não dói mais. Como toda dor que de tão insuportável produz anestesia própria."

"Aprendi que minhas delicadezas nem sempre são suficientes para despertar a suavidade alheia."

"A gente nunca pode julgar o que acontece dentro dos outros."

"Durante algum tempo fiz coisas antigas como chorar e sentir saudade da maneira mais humana possível: fiz coisas antigas e humanas como se elas me solucionassem. Não solucionaram."

"O pó se acumula todos os dias sobre as emoções."

"Sinto muito, mas ele sempre está lá. Incógnito, invisível, inviável. In, enfim."

"Acontece que descargas, não quero parecer alarmista, às vezes entopem. E devolvem justamente aquilo que deveriam levar embora."

"...já não sei o que digo nem o que sinto mas persistirei no que pressinto..."

"Bem na curva onde o pescoço se transforma em ombro, um lugar onde o cheiro de nenhuma pessoa é igual ao cheiro de outra pessoa."

"Não faz diferença se você vem amanhã ou não vem. Desisti de esperar por alguém cuja ausência me faz companhia."

"Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca?"

"Trata-se de uma decepção diferente: não penso obsessivamente, não tenho vontade nenhuma de ligar nem de escrever cartas, não tenho ódio nem vontade de chorar. Em compensação também não tenho vontade de mais nada."

"Não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha à mim com corpo, alma, vísceras, tripas e falta de ar."

"De qualquer forma, poderia tê-lo amado muito. E amar muito, quando é permitido, deveria modificar uma vida."

"Perdi um pedaço, tem tempo. E nem morri."

"Não vou perguntar por que você voltou, acho que nem mesmo você sabe, e se e perguntasse você se sentiria obrigado a responder e respondendo daria uma explicação que nem mesmo você sabe qual é."

"Porque ver é permitido, mas sentir já é perigoso. Sentir aos poucos vai exigindo uma série de coisas outras, até o momento em que não se pode mais prescindir do que foi simples constatação."

"Quando se deseja realmente dizer alguma coisa, as palavras são inúteis. Remexo o cérebro e elas vêm, não raras, mas toneladas. Deixam sempre um gosto de poeira na boca - a poeira do que se tentava expressar, e elas dissolveram."

"Não se angustie procurando-o: ele vem até você, quando você e ele estiverem prontos. Cada um tem seus processos, você precisa entender os seus. De repente, isso que parece ser uma dificuldade enorme pode estar sendo simplesmente o processo de gestação do sub ou do inconsciente."

"Escolha, entre todas elas, aquela que seu coração mais gostar, e persiga-a até o fim do mundo. Mesmo que ninguém compreenda, como se fosse um combate. Um bom combate, o melhor de todos, o único que vale a pena. O resto é engano, meu filho, é perdição."

"Anyway, me dói a possibilidade de um não, me dói a possibilidade de um silêncio, me dói não saber de que forma chegar a ele, sacudi-lo, dizer "me olha, me encara, vamos ou não vamos nessa?". Bueno, os dados estão lançados, e agora só me resta lavar as mãos sujas do sangue das canções."

"E gosto das tuas histórias. E gosto da tua pessoa. Dá um certo trabalho decodificar todas as emoções contraditórias, confusas, somá-las, diminuí-las e tirar essa síntese numa palavra só, esta: gosto."

"Não sei se será possível à gente escolher as próprias verdades, elas mudam tanto. Não só por isso, nossas verdades quase nunca são iguais às dos outros, e é isso que gera o que chamamos de solidão, desencontro, incomunicabilidade."

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