Como muitas vezes disse e não canso de repetir, sou uma pessoa privilegiada. Pela vida e pelas pessoas que tenho à minha volta.
Meus amigos são artistas. Artista mesmo e não é piada. Sempre gostei de artes e a vida foi fazendo com que meu caminho cruzasse com o destas pessoas, e sempre lembro do que minha avó dizia: "o rio só corre pro mar". Sempre adorei literatura e fui me apaixonando pelo mundo das artes através dos meus amigos.
Eu fui apresentada à dança por um dos mais especiais deles: minha paixão, minha referência, minha loucura e minha lucidez, Carlos Eduardo. Aprendi a apreciar a linguagem do corpo e toda poesia que ela carrega em si. Aprendo com ele sobre esta forma de estar poeticamente no mundo, me concectanto e interagindo de forma concreta e abstrata ao mesmo tempo. Não precisa ter lógica, não precisa entendimento... é só sentir.
Ontem ele estreou seu mais novo espetáculo "Odete, traga meus mortos", de título bastante original, como tudo que faz, e que discute uma questão que inquieta a todos: as ausências. Não pude ver a estréia, mas já soube que Odete mexeu com quem a viu chegar ao mundo.
Ela disse: "Eu nunca soube lidar com o prazo de validade das coisas." Isso é a cara do Edu... isso é a minha cara... isso é a sua cara, com certeza.
Parece que estou me vendo, sentada com ele em algum meio-fio de alguma calçada dos bairro da Barra em Salvador, a pensar sobre a vida, sobre as relações, sobre os encontros e desencontros, sobre as marcas que deixam em nós, sobre o amor, sobre a alegria, a amizade, a perda, as loucuras todas que nos encantam e tiram o sono. Ai que saudade de tê-lo ao meu lado na hora que me apetece...
Minha relação com esse amigo é coisa pra muitos posts. Já ensaiei vários, mas nunca consigo traduzir de maneira suficientemente boa a natureza da nossa relação... do nosso amor. Espero que um dia eu consiga. Mas isso não é conversa pra agora. Hoje é dia de comemorar a chegada de Odete, que veio quietinha, sem febres - como dona Judite -, mas que com certeza veio pra ficar e pra marcar.
Viva a Odete, viva a vida que ela renova, a alegria que ela provoca. Que tenha vida longa... que alongue vidas. Evoé!
Ô amiga, coisa linda esse post! Nem vou falar muito, pra não estragar. Odete foi perfeita! Vocês são perfeitos! Qiero falar mais não, tô emocionada! rsrsrs
ResponderExcluirEu nem consegui ler direito de tanta lágrima nos olhos. Só agora consegui chorar o choro de Odete. Já to adoecendo com dores pelo corpo. Não queria ser tão intenso assim, mas o que fazer se não consigo mudar? Queria vc aqui para compartilhar comigo este momento e sentar em meio-fio para chorare a vida, chorare de alegria, de encontros, de amor. O maior amor que tenho por vc. Obrigado!!!! e não consigo parar de chorar. Como dizemos no final de Odete: A vida passou, você viu? Eu vi...vi! Frase de Bianca Ramoneda.
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